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Governo nega dar mais dinheiro para visita do Papa ao Brasil


Imagem: Divulgação
Após serem informadas de que o Vaticano enfrenta um déficit de R$ 150 milhões nos gastos com a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), as três esferas do governo brasileiro se uniram para dizer não a novo pedido de ajuda de R$ 90 milhões feito pela Santa Sé. Segundo fontes do governo federal, a Igreja queria que União, o governo do estado e a prefeitura dessem R$ 30 milhões cada para ajudá-la a fechar a conta do encontro que contará com a presença do Papa Francisco no Rio, entre 23 e 28 deste mês. Reunidos na última sexta-feira, no Rio, com representantes do Vaticano, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes anunciaram que não dariam o socorro.

O governo do estado confirmou a reunião, mas não informou o teor do encontro. Oficialmente, a prefeitura diz desconhecer a existência da reunião. A Arquidiocese do Rio voltou a negar, nesta quarta-feira (3), que haja qualquer tipo de contas em aberto.
O governo argumentou que já está fazendo altos investimentos na jornada e que não seria possível ampliar os recursos. Só o Executivo federal gastará R$ 111,5 milhões com os chamados investimentos indiretos. Desses, R$ 15 milhões vão para a contratação de bombeiros, policiais civis e militares. Parte desses recursos (R$ 69 milhões) compõe um pacote da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (SESGE), que também foi aproveitado durante a Copa das Confederações.
Estado arcará com transporte
Imagem: Reprodução (Tania Rêgo/ABr)
Segundo fontes do governo, o Palácio Guanabara gastará pelo menos R$ 60 milhões para fornecer um cartão integração para todos os inscritos na jornada usarem livremente metrô, trem e barcas. Mas, em comunicado oficial, o governo nega a informação e garante que sua contribuição não estourará o limite acordado inicialmente, de R$ 26 milhões. O estado se comprometeu a custear o transporte de peregrinos e voluntários no sistema de trens da SuperVia e do metrô, o evento de despedida do Papa na Base Aérea do Galeão, além de estacionamentos para os ônibus que trarão os jovens peregrinos e os bolsões de apoio para a chegada deles. Isso deverá custar cerca de R$ 5 milhões. Em nota, o governo afirmou ainda que “os custos de transporte serão definidos a partir do número de usuários e os dos bolsões e dos eventos que ainda estão sendo orçados”. O transporte em ônibus não será custeado por nenhuma das esferas governamentais.

Já a prefeitura disse que o orçamento municipal para o evento será de R$ 26 milhões, e que não há previsão de exceder este valor. Nele, estão incluídos investimentos em serviços, logística e planejamento, como a urbanização das vias de acesso ao Campus Fidei, limpeza e dragagem do Rio Piraquê, construção de passarelas para os peregrinos, operações de trânsito e mobilidade em locais onde o Papa estará ou passará de papa móvel, além do uso do efetivo da Guarda Municipal para limpeza urbana e das intervenções urbanísticas em Guaratiba.
Até agora, há cerca de 320 mil peregrinos inscritos. A organização da Jornada Mundial da Juventude estima que o custo total do evento orbite entre R$ 320 e R$ 350 milhões, e que 70% deste valor deverão ser cobertos pelas contribuições feitas por peregrinos, que variam de R$ 106 a R$ 600. Em um cenário hipotético, caso os 320 mil peregrinos desembolsassem o valor de inscrição mais alto, de R$ 600, a soma final chegaria a R$ 192 milhões, o equivalente a 60% do custo total do evento. No cenário menos favorável, onde os 320 mil peregrinos pagariam a taxa mais baixa, no valor de R$ 106, o montante ficaria em R$ 34 milhões, ou 10,5% do custo total da JMJ. Segundo os organizadores, o custo é viabilizado também por meio de doações espontâneas, produtos licenciados que geram royalties para o evento, patrocínios e parcerias.
Patrocínio de R$ 20 milhões
Na quarta-feira, a Arquidiocese informou ainda que, até o momento, já foram injetados R$ 20 milhões no evento, em que estão incluídos a contribuição de patrocinadores e eventos de arrecadação em prol da Jornada. Bradesco, Itaú, Santander, Ferrero, Estácio, Nestlé, Mc Donald’s e as agências TAM Viagens e Havas são os patrocinadores oficiais. A assessoria da JMJ não detalhou a participação de cada um deles, alegando “cláusula contratual de confidencialidade”.
De acordo com fontes da organização do evento, o governo brasileiro tem feito um esforço para não gastar muito, mas, apesar do déficit, o Vaticano não discute formas de enxugar a programação. Para poupar, o governo federal discute fazer alterações na programação inicial da ida do Papa a Aparecida, em São Paulo, onde haverá uma missa na Basílica de Nossa Senhora Aparecida. O Papa Francisco deve fazer uma parte da viagem de helicóptero e a outra em um dos aviões da presidente Dilma Rousseff. O papamóvel, que iria de Hércules do Rio para Aparecida, deve ser transportado por via terrestre, com a ajuda da Polícia Rodoviária Federal.
Com relação às manifestações que levaram mais de um milhão de pessoas às ruas de todo o país, alguns religiosos brasileiros mostram-se preocupados. O monsenhor Stanislaw Rylko, Presidente do Conselhos dos Leigos, foi um dos que procuraram o governo manifestando preocupação. Ainda assim, organizadores da Jornada garantem que não houve alterações na programação, a não ser a discussão de rotas alternativas para o Papa. Bispos brasileiros foram ao Vaticano, na última semana, para informar ao papa sobre o desenrolar dos protestos no Brasil.
Fonte: Verdade Gospel

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