Presidente filipino é pressionado a acelerar ajuda a vítimas de supertufão
O presidente filipino, Benigno Aquino, estava sob crescente pressão na quinta-feira (14) para acelerar a distribuição de alimentos, água e remédios para os desesperados sobreviventes do supertufão Haiyan, no mesmo dia em que um "grupo de ataque" comandado por um porta-aviões dos EUA chegou ao país para auxiliar no transporte de suprimentos.
Enquanto os esforços humanitários internacionais se aceleram, muitos proprietários de postos de gasolina que foram poupados pela tempestade se recusaram a abrir, o que resulta em pouco combustível para os caminhões que precisam levar mantimentos e equipes médicas pelas áreas devastadas na sexta-feira pelo tufão.
"Ainda há corpos na estrada", disse Alfred Romualdez, prefeito de Tacloban, cidade de 220 mil habitantes reduzida a escombros. "É assustador. Há uma solicitação da comunidade para irmos retirar os corpos. Dizem que são cinco a dez. Quando chegamos lá, são 40."
A escassez de caminhões obriga as autoridades a fazerem escolhas macabras. "A opção é usar o mesmo caminhão para distribuir comida ou para recolher corpos", disse o prefeito.
Na quinta-feira, cerca de 300 corpos começaram a ser sepultados em uma vala comum fora da cidade. Uma vala maior, com capacidade para mil cadáveres, será escavada, segundo o administrador municipal Tecson John Lim.
A prefeitura permanece paralisada, com apenas 70 funcionários, contra 2.500 normalmente, disse Lim. Muitos servidores morreram, ficaram feridos, perderam suas famílias ou estão simplesmente traumatizados demais.
O governo está distribuindo 50 mil cestas básicas por dia, cada uma contendo 6 quilos de arroz e produtos enlatados, mas isso cobre apenas 3 por cento das 1,73 milhão de famílias afetadas pelo tufão.
O porta-aviões norte-americano USS George Washington e quatro navios acompanhantes chegaram à costa da província de Samar, no leste, levando 5.000 tripulantes e mais de 80 aeronaves, incluindo 21 helicópteros.
O Japão também planeja enviar até mil soldados, além de embarcações e aeronaves militares, no que pode ser a maior mobilização militares do país desde a Segunda Guerra Mundial.
Desde a chegada do tufão, Aquino -herdeiro da mais célebre dinastia política filipina- está na defensiva pela forma como lidou com os preparativos e com a reação à supertempestade.
Ele diz que o número de mortos poderia ter sido maior se as autoridades não tivessem desocupado áreas de risco e preparados suprimentos de emergência, mas sobreviventes nas áreas mais afetadas dizem que não foram avisados para a violenta ressaca marítima -comparável a um tsunami - que acompanhou o tufão.
As Filipinas solicitaram oficialmente ajuda aos EUA no sábado, um dia depois da passagem do tufão pela região central do arquipélago, segundo o Departamento de Estado dos EUA.
Aquino também motivou um debate sobre o número de vítimas citando uma cifra muito inferior à de 10 mil mortos estimada pelas autoridades locais. Na quinta-feira, haviam sido confirmadas oficialmente 2.357 mortes, número que segundo os agentes humanitários deve crescer.
Fonte: G1
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