Sem chuva, cota do Cantareira acaba em 21 de novembro, diz secretário
O secretário de estadual de Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, afirmou nesta quinta-feira (25) que o atual volume de água do Sistema Cantareira abastece a população até novembro. “Continuando sem chover, o atual volume do Cantareira nos garantiria mais 52 dias. Isso aí dá até o dia 21 de novembro com o volume que eu tenho hoje”, disse. O sistema atende, atualmente, 6,5 milhões de pessoas só na Grande São Paulo.
Apesar de o secretário ter citado especificamente a contagem regressiva de 52 dias, o total é diferente. Se contado o intervalo entre esta quinta e o dia 20 de novembro, seriam 57 dias ainda com abastecimento da atual cota do volume morto.
Durante visita às obras do Parque Várzeas do Tietê, na Zona Leste da capital paulista, Mauro Arce também informou que a segunda cota da reserva técnica (volume morto) do Cantareira deve ser usada apenas quando a cota atualmente em uso se esgotar.
Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), as bombas estão prontas para iniciar a captação de outra parte do volume abaixo das comportas na represa Jaguari-Jacareí.
“É quando zerar”, disse Arce, ao ser questionado sobre um possível limite ou marca de emergência para início da exploração.
Mauro Arce disse que só vai utilizar a reserva técnica “se realmente houver necessidade”. “Mês de setembro, outubro e novembro, não existe nenhum mês que não choveu durante 84 anos, alguma chuva vem”, disse.Nesta quinta-feira, o nível dos reservatórios do Cantareira era de 7,4%, já com o uso da primeira cota do volume morto, retirada desde maio. O plano do governo é “adiar o máximo” o início do bombeamento para que não sejam gastos esforços necessários.
Três ações fazem parte da estratégia estadual em curto prazo para amenizar a crise: bônus na conta de água, uso de outras represas como alternativa ao Cantareira para o abastecimento de determinados bairros e a redução na pressão da água distribuída à noite.
Críticas
O secretário também fez previsão para o uso do volume morto do Alto Tietê. "Na realidade, dura mais (que o Cantareira). È a mesma média (de queda) que está havendo (no Cantareira) e daria 88 dias", disse Arce.
Segundo o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, o governo paulista não tem alertado a população sobre a real crise hídrica no estado.
“Eu penso que é o problema é não apontar a gravidade da situação concretamente para a população. Se nós tivermos um ano parecido com esse, nós não teremos uma resposta satisfatórias na região metropolitana no ano de 2015”, afirmou.
O secretário estadual de Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, reagiu à declaração e disse que há planejamento. “Não estamos escondendo nada de ninguém. Está na cara que existe um problema”, completou. Segundo Arce, a adoção de um rodízio no abastecimento da Grande SP seria uma alternativa pior às medidas já adotadas.
A ANA também anunciou na semana passada sua saída do grupo técnico formado por órgãos reguladores para auxiliar o governo paulista em sua gestão do Sistema Cantareira, o GTAG. Segundo o diretor-presidente da agência, o secretário estadual de Recursos Hídricos tem descumprido o acordo sobre a redução da vazão captada do Sistema Cantareira.
Durante o evento em São Paulo, Vicente Andreu apresentou um e-mail no qual Mauro Arce se comprometia a diminuir o volume de água retirado das represas a partir de junho. Em nota, a Secretaria de Recursos Hídricos lamentou o vazamento de um documento de comunicação interna e disse que espera o retorno da agência ao GTAG.
Fonte: G1
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