Missionário R. R. Soares comemora sucesso do filme Três Histórias, Um Destino e afirma que a “pornografia distorce a sociedade”


A campanha de divulgação “1+2=150 mil”, feita pela equipe responsável pelo filme Três Histórias, Um Destino, chamou a atenção da mídia secular e tornou-se pauta de uma entrevista do missionário R. R. Soares, proprietário da Graça Music.
O caderno Ilustrada, do jornal Folha de São Paulo, entrevistou o missionário sobre o lançamento do filme e o sucesso alcançado pela produção, realizada em parceria com o estúdio norte-americano Uptone Pictures.
No fim de semana de estreia, a média de público de Três Histórias, Um Destino alcançou 1.070 por sala, sendo exibido em 52 salas, enquanto 007 – Operação Skyfall, blockbuster de Hollywood, alcançou média de 867 pessoas por sala, sendo exibido em 366 salas em todo o Brasil.
O filme, que custou US$ 1 milhão (algo próximo dos R$ 2 milhões), arrecadou somente no fim de semana de estreia, R$ 530 mil, e em breve, deve ter seu custo totalmente pago. “Eu tomei até um susto. A gente queria fazer uma coisa simples e acabou abençoado”, disse o missionário.
R. R. Soares falou ainda sobre a origem do livro que inspirou o filme, o preconceito contra os evangélicos, a necessidade de fazer a divulgação no modelo “1+2=150 mil” para que as pessoas fossem ao cinema assistir a história, e a falta de apoio governamental para produções com cunho religioso, e a necessidade de se combater a pornografia: “A pornografia distorce a sociedade, aquilo é o lixo do lixo. Aquilo não está mostrando o relacionamento como Deus criou, e sim aberrações tremendas”.
Confira abaixo a entrevista na íntegra do missionário R. R. Soares:
Como o senhor avalia o sucesso de público do filme “Três Histórias, Um Destino”?
Fiquei sabendo que no Rio, em Cuiabá e em outros locais fizeram sessão extra porque [a sala] não comportou o povo. Eu tomei até um susto. A gente queria fazer uma coisa simples e acabou abençoado.
A divulgação no site oficial do longa fala em “ação evangelista” para 150 mil pessoas. O que isso significa?
Isso foi um pessoal nosso que fez, porque realmente há muitos casais e muitas pessoas em conflito. Quando assistirem ao filme, podem acertar a mente, né? Então eles [da equipe de divulgação] foram felizes nessa aí. Hoje, com essa explosão financeira e populacional no país, as pessoas às vezes perdem os valores, né? Acabam caindo para lados que não são bons. Então, o filme veio para ajudar esse povo.
Como surgiu a ideia para o filme?
A história foi a seguinte: eu peguei um avião em Lisboa há uns dez ou 15 anos, não me lembro direito quando. Quando eu sentei no avião, me veio no coração algo para escrever um livro. Aí fui esboçando. Naquela hora não podia ligar computador, aí fiquei no caderno, depois liguei o computador, acabou a bateria e voltei pro caderno. Foram dez horas de esboço. Depois, na adaptação do livro para o cinema, os americanos gostaram quando passamos a história para a realidade americana. Mas a história é a mesma. Acho que acertamos.
A campanha tem uma oração para pedir “perdão ao Senhor por toda iniquidade propagada através dos cinemas até hoje”. Como assim?
Eles [os exibidores] não queriam o filme. Diziam que, por ser evangélico, não ia levar ninguém. Nós pegamos uma pessoa que é do meio [audiovisual], passou o filme para eles [os donos de cinema], mas vários não queriam. A gente queria colocar em todo o país [a meta era exibir o filme em cem salas de cinema, mas a estreia ocorreu em 52 salas]. Mas agora, com o sucesso, já começaram a telefonar pedindo para colocar o longa em seus cinemas.
O sr. vê, a partir dessas declarações de que o filme não daria certo, um preconceito do meio cultural?
Ainda há muito preconceito contra o evangélico. Eu me converti há 58 anos. Naquele tempo, eu nunca fui convidado a uma festa de aniversário. O preconceito era completo. Eu lembro que um tio me deu um livro para dar para uma professora. Fui lá na sala de professores e disse: “Tia, porque naquele tempo a gente chamava assim, eu trouxe um livro pra senhora”. “Não vai dizer que é livro de crente, né?”, ela respondeu (risos). Era um livro de culinária. A gente era tratado como a escória da sociedade. Quando eu comecei na televisão em 1978, a gente era 2,3% da população brasileira. Aí a gente foi mostrando que o evangelho é a verdade, que no evangelho você se realiza, que o evangelho não é religião. Porque muitas pessoas confundem isso, mas é ao contrário. O evangelho é a libertação da pessoa para não cair nem pra esquerda, pro racionalismo, e nem pra direita, pro fanatismo. É o que a pessoa precisa, é a voz do criador do ser humano que eleva a pessoa e a põe de pé.
Ainda há hoje preconceito contra os evangélicos?
Sim. Quando comecei a pregar, na década de 1970, eu ia alugar um salão, mas o dono perguntava para o que era. “É pra igreja”, eu dizia. E eu acabava expulso que nem cachorro. Hoje é ao contrário. Agora tem gente oferecendo lugares para nós. Eu sofri muito preconceito. Para entrar na TV Tupi, em 1978, eu fui uns seis meses lá. Com o tempo aceitaram e viram que a coisa era bem diferente do que eles pensavam que fosse.
Então o senhor acha que essa campanha de divulgação, com a sugestão de um crente levar dois não crentes, teve êxito?
Não creio que todo mundo atendeu a campanha. E você sabe que tem pessoas, amigas suas, que se você não levar ou quase carregar, ela não vai. Uma é tímida, outra já foi vencida pela depressão, outra acha que nunca vai mudar de vida. Então, a gente tem que provocar as pessoas.
Ainda sobre a campanha de divulgação, outro alvo de oração é “para que haja uma mudança cultural em nossa nação e para que os cinemas estejam a serviço do Reino de Deus”. Há muita divulgação do filme durante os cultos?
O cinema abre para a pornografia, que nunca deveria abrir. Abre pro espiritismo, pro ateísmo, para tudo, menos pro evangélico. Era uma discriminição.
Por que os cinemas não deveriam abrir espaço para a pornografia?
A pornografia distorce a sociedade, aquilo é o lixo do lixo. Aquilo não está mostrando o relacionamento como Deus criou, e sim aberrações tremendas. Se não puser aquela pimenta, estupro, mau caráter, parece que o filme não vai ter sucesso. E nosso não tem nada disso, pelo contrário. Quando eu era garoto, fui operador de cinema aos 12 anos. Cheguei até a ser gerente do cinema na minha cidade. Eu fiz amizade com o dono do cinema porque eu era pobre, mas queria assistir os filmes. Eu ajudava um dia o porteiro, no outro dia o bilheteiro e na de passar o filme eu ia pra sala de projeção e ficava perguntando como é que funcionava aquilo. Até que um dia o projetista ficou doente e não tinha quem soubesse passar o filme. O cinema tava cheio e o dono, desesperado. E falei: “eu sei passar”. Eu ficava vendo os filmes e pensando sobre o que os diretores queriam comunicar. Se eu vou fazer uma conferência, eu preciso ter um propósito.
Seu relato me faz lembrar do filme “Cinema Paradiso”.
Quando eu for contar minha história de vida, ela vai ajudar muitas pessoas a não aceitarem o fracasso. Lá em Muniz Freire [ES], a gente era tão pobre que não tinha mesa para fazer refeição. Tinha um banquinho colado na parede e a gente passava dois meses sem ver um pedacinho de carne. Naquele tempo em que o presidente Juscelino [Kubitschek (1902-76)] fez Brasília, a inflação no interior do país era muito alta. Passamos por muito aperto.
O filme recebeu algum tipo de recurso ou apoio do poder público?
Não, não. Infelizmente o poder público ainda discrimina muito os evangélicos. Foi feito com luta nossa.
Fonte: Gospel+

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