Hugo Chávez cumpre 'protocolo pré-operatório' em Cuba, diz governo



O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, está cumprindo o "protocolo pré-operatório" antes de sua cirurgia que deve ocorrer nesta terça-feira (11) em Havana, Cuba, segundo o governo venezuelano.

A informação foi publicada pelo ministro de Comunicação e Informação, Ernesto Villegas, no Twitter, e confirmada em comunicado oficial logo em seguida. A operação deve ocorrer ainda nesta terça, e a equipe médica está "otimista", segundo o governo.

Pouco antes, o presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou que Chávez já estaria sendo operado. "Meu querido amigo e colega, o Comandante Hugo Chávez, está atravessando os momentos mais duros de sua vida", disse Correa, que esteve em Cuba na véspera visitando Chávez. As declarações foram feitas durante encontro com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, em reunião ministerial em Tulcán, na divisa dos dois países.

Ansiedade
Os venezuelanos esperavam ansiosos  por notícias da saúde de Chávez, que colocou em risco sua permanência no governo e paralisou a política no país.

O presidente venezuelano, de 58 anos, voltou a Cuba para a quarta operação desde meados de 2011, depois que uma terceira recorrência de câncer foi descoberta na região pélvica.

Autoridades do governo venezuelano vêm aparecendo na TV estatal para prometer lealdade a Chávez, mas não deram detalhes de sua condição, que é tratada quase como um segredo de Estado.

Chávez nomeou o vice-presidente e ministro das Relações Exteriores, Nicolás Maduro, como sucessor para liderar a sua revolução socialista e submeter-se às urnas caso ele esteja incapacitado.
Maduro, de 50 anos, um ex-motorista de ônibus e ativista sindical, não tem o carisma e o talento político de seu chefe, mas representaria a continuidade das políticas caso ele tenha que assumir.

A nomeação de Maduro, no entanto, irritou alguns na oposição da Venezuela, que dizem que os eleitores --e não Chávez-- irão decidir quem o sucederá se uma eleição for realizada no prazo de 30 dias de sua saída do cargo, como manda a Constituição.

"A Venezuela não é uma monarquia com um príncipe como herdeiro", disse o líder de oposição Antonio Ledezma.

Se for realizada uma eleição, o candidato da oposição Henrique Capriles, que perdeu para Chávez em uma eleição presidencial em outubro, mas obteve o recorde de 6,5 milhões de votos para a oposição, poderia ter uma segunda chance de chegar ao poder.

Acredita-se que Chávez está internado no hospital Cimeq, em Havana, segundo algumas fontes políticas em Caracas.

Os problemas de saúde de Chávez provocaram um rali nos bônus da Venezuela, dada a preferência de muitos investidores por um governo mais favorável aos negócios em Caracas.

A saga da saúde mais uma vez ofuscou as grandes questões nacionais, tais como as eleições estaduais no domingo, uma desvalorização amplamente esperada da moeda bolívar e uma anistia proposta para presos e inimigos políticos exilados de Chávez.

Fonte: G1

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