'Quero pedir perdão', diz motorista que atropelou mulher em aeroporto


O motorista que atropelou e matou a cuidadora de idosos Clarice da Costa, no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, pediu desculpas à família da vítima nesta terça-feira (11). Na manhã de sábado (8), Clarice, de 56 anos, e sua filha Camila Ariele Turolla Carvalho, de 27 anos, foram atingidas pelo carro conduzido pelo assistente técnico Wagner Alves Alvarenga, de 23 anos.
“Quero, primeiramente, pedir perdão à família [de Clarice] porque eu não tive intenção nunca de matar ninguém” disse Alvarenga nesta tarde, no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo, onde assinou um termo de comparecimento no cartório. Ele foi preso após o acidente e só foi solto após pagar fiança de R$ 12.440, nesta segunda-feira (10).
Camila foi transferida nesta madrugada do Hospital Saboya, na capital, para a Santa Casa de Piracicaba, no interior paulista. A balconista fraturou a perna e passará por cirurgia.Alvarenga não deu detalhes sobre o acidente. Ele disse apenas que sempre dirigiu com prudência. "Eu não estou conseguindo dormir, estou à base de remédios. Minha família está muito abalada. Minha habilitação não tem nenhuma infração de trânsito. Eu sempre dirigi correto. Lamento pela Clarice que faleceu e eu não posso trazê-la de volta, e vou ter que carregar isso para o resto da minha vida. E isso está sendo muito difícil para mim", disse o assistente técnico.
Mãe e filha vinham de Piracicaba e embarcariam para Florianópolis. As câmeras de segurança do aeroporto registraram o momento em que o Civic prata invadiu a calçada e atropelou as duas que aguardavam no desembarque. Clarice teve parada cardíaca e perda de massa encefálica e já chegou morta ao hospital.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o motorista revelou ter perdido o controle do carro após sair da festa de fim de ano de sua empresa. Ele ainda alegou ter parado na região do Parque do Ibirapuera para dormir no carro, melhorar seu estado de embriaguez e, então, voltar para casa.
No caminho, ele teria se perdido na Avenida 23 de Maio e entrado no Aeroporto de Congonhas para fazer o retorno, quando aconteceu o acidente. Wagner disse ter dormido e só recuperado a consciência após a batida, ainda de acordo com informações da SSP. O jovem não tem antecedentes criminais e não há irregularidades em seus documentos.
Confraternização
Na Delegacia de Congonhas, onde o caso foi registrado, o motorista admitiu ter ingerido bebida alcoólica à noite durante uma festa de confraternização de fim de ano. Após deixar a festa ele parou o carro para dormir um pouco. “Ele dormiu para descansar um pouco e não porque ele tinha bebido”, contou o advogado Hednilson de Vasconcelos. Ao voltar para sua casa, na Vila Formosa, ele se perdeu e acabou fazendo um retorno no aeroporto.
A porcentagem alcoólica no sangue do suspeito (0,28 decigramas) não era suficiente para que fosse caracterizado crime de embriaguez ao volante, mas ele foi autuado por conduzir após ingerir bebida alcoólica. O Código de Trânsito estabelece o limite de 0,60 decigramas por litro de sangue para crime de embriaguez. Alvarenga deve responder por homicídio doloso (com intenção de matar) e tentativa de homicídio.
Fonte: G1

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