Criança é vítima de preconceito racial em concessionária de carros no RJ
Uma família afirma ter sido vítima de preconceito racial em uma concessionária de carros de luxo, no Rio de Janeiro. Priscilla Celeste e o marido Ronald Munk estavam na loja com o filho adotivo, de sete anos, que é negro, para comprar um carro. Eles afirmam que o gerente expulsou o menino do local. O caso ganhou repercussão na internet, depois de ser divulgado pelo G1, o portal de notícias da Globo.
"Meu filho se aproximou e ficou do lado do pai, não falou nada, não falou uma palavra. Quando ele viu meu filho do lado do meu marido, ele falou: ‘sai daqui da loja, pode sair, isso aqui não é lugar pra você’. Antes dele concluir a frase, eu peguei meu filho pela mão e saí. Foi quando meu marido disse que aquele menino era o nosso filho".
É assim que a professora Priscilla descreve o episódio, que aconteceu no dia 12 de janeiro, dentro da Autokraft, concessionária da BMW na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade. O casal esperou uma retratação da loja, que não chegou. Mandou então um e-mail para a montadora, que pediu desculpas pelo episódio, mas deixou claro que não responde pela concessionária.
Uma semana depois, o casal recebeu um pedido de desculpas da loja, que chamou o caso de um "mal-entendido". Na quarta-feira (23), Antônio Bastos, um representante da Autokraft deu explicações: “Após o incidente, o gerente esclareceu que, por vezes, circulam crianças desacompanhadas na loja. Elas entram e tentam vender uma bala. Ele foi inábil no exemplo, mas essa criança não sofreu nenhum ato discriminatório de racismo ou preconceito", garante
O casal diz que em nenhum momento foi procurado pessoalmente ou recebeu qualquer telefonema, apesar de ser cliente da loja. Por isso, eles resolveram divulgar publicamente o que classificam de crime de preconceito e não de mal-entendido. Priscila e Ronald a página“Preconceito racial não é mal-entendido” no Facebook. Até o fim da manhã desta quinta-feira (23), mais de 44 mil pessoas manifestaram apoio à campanha.
O casal não registrou ocorrência na delegacia e vai se reunir com advogados para decidir se entra na Justiça. “Processar criminalmente é uma opção que a gente ainda tem e a gente está avaliando. O nosso intuito não é a punição de um indivíduo, o nosso intuito é muito mais, é que essa história se espalhe e tantas outras histórias venham à tona pra que a gente comece a tomar consciência do que é preconceito. Enquanto a gente achar como essa pessoa dessa concessionária, que é um mal- entendido, isso não vai mudar", afirma o pai da criança.
Fonte: G1
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