Mulheres tiram roupa em protesto contra oposição do Vaticano ao casamento gay
Quatro mulheres fizeram topless na Praça de São Pedro neste domingo para protestar contra a oposição do Vaticano ao casamento gay. A polícia rapidamente retirou as mulheres do local, e o papa Bento 16 pareceu não ter sido incomodado pelo incidente enquanto fazia sua tradicional prece na janela com vista para a praça.
Em suas costas nuas, as mulheres escreveram dizeres como "No Gay Nós Confiamos" e "Cale a Boca". Inna Shevchenko, uma das manifestantes, disse: "Hoje estamos aqui para protestar contra a homofobia."
O pequeno protesto coincidiu com uma marcha em Paris que atraiu dezenas de milhares para protestar contra o plano do presidente francês , François Hollande, de legalizar o casamento gay e de deixar casais homossexuais adotarem crianças .
Os bispos católicos franceses e outros líderes religiosos se opuseram fortemente à proposta, com apoio do Vaticano.
O protesto aconteceu no mesmo dia em que o jornal do Vaticano salientou que as crianças devem ser criadas por um pai e por uma mãe, após a corte suprema de apelação da Itália garantir a uma mãe homossexual a custódia de seu filho, levantando o debate sobre adoção gay.
O tribunal italiano rejeitou na sexta o apelo por um pai que temia que seu filho não teria uma educação equilibrada se morasse com a mãe e sua parceira. O tribunal decidiu que era "mero preconceito" pensar que uma criança não pode ser criada normalmente por pais homossexuais.
Enquanto o grupo de direitos gays Arcigay saudou a decisão como "histórica" na Itália, onde é ilegal para os casais gays adotarem, os líderes católicos foram rápidos em defender a unidade da família tradicional.
O L'Osservatore Romano, o jornal de 151 anos da Santa Sé, publicou neste domingo editorial que procurou deminuir a decisão do tribunal, dizendo que muitas vezes as crianças crescem em circunstâncias difíceis sem uma mãe ou pai.
"Mas ninguém acredita que essas situações devem ser criadas apenas porque, em alguns casos, eles não causam danos", escreveu Adriano Pessina, diretor de bioética da Universidade Católica do Sagrado Coração.
Fonte: IG
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