"Era uma menina boa e muito caridosa", conta babá de Odetinha; processo de beatificação tem início no Rio


A Arquidiocese do Rio de Janeiro deu início na manhã desta sexta-feira (18) ao processo de beatificação e canonização da menina Odette Vidal de Oliveira, a Odetinha, que morreu aos 9 anos de idade de meningite em 1939. Ela pode se tornar a primeira santa nascida no Rio de Janeiro.
A urna com os restos mortais de Odetinha chegou  às 10h20 em um cortejo do Corpo de Bombeiros à Igreja de Nossa Senhora da Glória, no Largo do Machado, zona sul do Rio de Janeiro, onde cerca de 500 fiéis a aguardavam. Junto aos devotos, estava a última babá de Odetinha, Maria Helena Araújo, de 88 anos.
Amigos e parentes de Odetinha também compareceram à cerimônia de beatificação e canonização."Quando o caixão chegou, eu fiquei muito triste e emocionada, lembrei do dia em que ela morreu. Ela era uma menina caridosa, humilde e religiosa. Eu cuidava dela e ela tocava piano para mim. Era lindo", lembra Maria Helena, que trabalhou durante cinco meses na casa da menina.
David Azoubel, afilhado da mãe da menina, Alice Vidal de Oliveira (já falecida), é uma das pessoas que está ajudando a Arquidiocese do Rio a levantar o material histórico sobre a vida de Odetinha. "Canonizada ou não, para mim ela é uma santa", disse.
"Um dia a madrinha fez uma feijoada e abriu as portas de casa para oferecer um pouco aos pobres. Uma pessoa comeu e cuspiu o feijão na cara da madrinha. A Odetinha disse para a mãe não ligar, porque ela só estava com fome", contou.
Devota de Odetinha há 40 anos, a comerciante portuguesa Maria Manoela Marques escutou falar da menina assim que chegou ao Brasil, em 1973. "Todo dia de Finados, eu vou ao túmulo dela colocar flores e rezar", diz.

O processo

O arcebispo da arquidiocese do Rio de Janeiro, dom João Orani Tempesta, disse que não há um prazo  ou um tempo mínimo para o fim da beatificação e da canonização no Brasil e no Vaticano.  Segundo ele, existem cerca de 60 processos de canonização do Brasil em andamento no Vaticano.
"Odetinha não foi escolhida por nós, apesar de ter falecido com fama de santidade. O povo é quem clama por alguém e faz pedidos para a arquidiocese abrir o processo", disse. "Santo não é alguém que teve um feito extraordinário em sua vida, e sim quem fez grandes pequenos detalhes da vida cotidiana", explicou.
Amiga de Odetinha na escola primária, a irmã Maria Cecília Tostes descreveu a menina como uma criança normal. "A gente jogava bola, brincava de pique, tudo o que meninas da nossa idade faziam", conta. "Ela ficou doente e passou um mês sem ir à escola. Um dia, eu ouvi os comentários de que ela tinha morrido e perguntei para a professora onde estava Odetinha. Ela não falou nada, só apontou para o céu. Isso me marcou muito", lembra.
Os restos mortais de Odetinha ficarão na Igreja Nossa Senhora da Glória até domingo, quando seguirão para a Basílica de Imaculada Conceição, em Botafogo, zona sul da cidade, onde ela fez sua primeira comunhão.
Fonte: UOL

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