Delegado diz que prisão de pastor motivou ataques ao AfroReggae


O delegado Márcio Mendonça Dubugras, titular da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), disse em entrevista ao Bom Dia Rio, que o que motivou os ataques ao grupo AfroReggae, no Rio, foi a prisão do pastor Marcos Pereira, desafeto do coordenador da ONG, José Júnior.  A polícia acredita que a ordem para os ataques ao grupo possa ter partido dos traficantes Fernandinho Beira-Mar e Marcinho VP, que cumprem pena no presídio de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná.
“A prisão do pastor Marcos ocorreu dia 7 de maio. Dia 10 de maio surgiu a conversa entre Beira-Mar e Marcinho VP e logo depois começaram a surgir os atentados. A gente acredita que a ordem para os atentados tenha partido por causa da prisão do pastor. Ele é investigado em inquéritos por vários crimes, entre eles, associação para o tráfico de drogas da facção desses traficantes. A conversa gravada entre os traficantes mostra a influência que ele tem, inclusive na transferência desses presidiários para um presídio no Maranhão, onde ele tem uma igreja. Isso demonstra a ligação próxima que existe entre essas pessoas”, disse o delegado.
Na reunião, a dupla comenta a prisão do pastor Marcos Pereira, acusado pelo coordenador da ONG AfroReggae, José Junior, de ter estuprado fiéis. Os dois dizem que o religioso é inocente e uma frase de Beira-Mar chamou a atenção da polícia: "Foi o Juninho que estava por trás disso. Tinha que mandar um salve lá para ele", disse. "Salve", segundo as investigações, seria um sinônimo de ataque ou represália.No domingo (11), o Fantástico mostrou que o encontro entre Beira-Mar e Marcinho VP, que foi gravado, recebeu o aval da justiça depois de Beira-Mar reclamar que se sentia muito sozinho em sua cela separada.
Dubugras diz que a polícia já tinha cinco inquéritos para apurar os ataques aos núcleos do AfroReggae. Segundo ele, a polícia vinha investigando os atentados e a gravação da conversa dos traficantes em Catanduvas veio corroborar as suspeitas sobre as ordens para os ataques.
O delegado disse que ainda há diligências a serem feitas e depoimentos a serem colhidos para concluir os cinco inquéritos. E que agora é preciso juntar todas as informações para imputar responsabilidades aos envolvidos no caso.
Ele defende a ideia de que os traficantes que lideram facções criminosas, como Beira-Mar e Marcinho VP, sejam isolados. E que até comunicações com parentes e advogados sejam monitoradas.
Fonte: G1

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