Americano é libertado após 30 anos no corredor da morte

Glenn Ford
Glenn Ford (AP)
Após passar 30 anos no corredor da morte, o americano Glenn Ford, hoje com 64 anos, foi libertado de uma prisão no estado da Louisiana, depois que um tribunal reconheceu que ele não havia participado dos crimes que o levaram a ser condenado à pena capital. Em 1984, Ford foi considerado culpado de participar do roubo e assassinato de um joalheiro com o qual já havia trabalhado. O réu teve a sentença determinada mesmo sem as autoridades terem encontrado testemunhas oculares ou a arma usada para cometer o crime.
Ele admitiu ter ressentimentos pelo tempo em que ficou na cadeia. “Meus filhos eram bebês quando os deixei. Agora eles são homens adultos que têm filhos”, disse, lamentando o tempo em que ficou atrás das grades injustamente. “Eu fiquei preso por uma coisa que eu não fiz. São trinta anos da minha vida, se não minha vida toda. Eu não posso voltar no tempo”, disse, em declarações reproduzidas pela rede CNN. 
A inocência de Ford foi comprovada depois que uma corte da Louisiana recebeu novas provas que relacionavam dois irmãos, Jake e Henry Robinson, ao assassinato. Eles também haviam sido investigados na época do crime, mas acabaram inocentados pelo tribunal, informou o jornal espanhol El País. A mulher de um dos suspeitos foi, inclusive, a única pessoa a testemunhar contra Ford. As autoridades estaduais disseram também que um informante conseguiu obter uma confissão de Jake sobre os disparos contra o joalheiro. 
Diante das novas provas recolhidas, a promotoria pediu que a condenação fosse anulada. O estado da Louisiana pagará a Ford uma indenização pelo tempo em que ele esteve preso. A legislação estadual prevê o pagamento de 25.000 dólares por cada ano de prisão cumprido indevidamente, com um limite de até 250.000 dólares, além de mais 80.000 dólares pela "perda de oportunidades na vida”.
Segundo uma ONG que reúne dados sobre a pena de morte nos Estados Unidos, Ford é a 144ª pessoa a ser libertada do corredor da morte nas últimas quatro décadas. Grupos de defesa dos direitos humanos veem no caso uma prova de que os Estados Unidos devem abolir a aplicação de pena de morte. Em entrevista à rede CNN, um porta-voz da Anistia Internacional disse que o caso de Ford é a “prova viva do quão errado está o nosso sistema de justiça.”
Fonte: Veja

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