China quer que igrejas retirem cruzes de templos
Na China existem dois tipos de igrejas cristãs, as “oficiais” que possuem templos e são controladas pelo governo e as “ilegais”, que se reúnem nas casas e sofrem forte perseguição.
Contudo, uma nova decisão afeta diretamente os templos cristãos na província costeira de Zhejiang. “Quando o secretário do Partido Comunista, Xia Baolong visitou a área, ele disse que a cruz no topo da igreja estava muito visível. Ordenou então que ela fosse demolida”, conta Zheng Leguo, um jovem líder de Igreja em Sanijang.
Em várias igrejas evangélicas as cruzes foram arrancadas, mas os fiéis de Sanijang recusaram-se a permitir. Como retaliação, o governo mandou demolir o templo todo.
A missão China Aid relata que houve um conflito quando os funcionários chegaram para a demolição forçada. Traziam consigo dinamite, mas o fiéis os impediram, conta Yang Xingquan, um advogado para acompanhar o caso.
Num movimento raro de oposição das igrejas oficiais, os cristãos reuniram um grande grupo que se reveza na frente do templo dia e noite. Eles sabem que, caso seja derrubado, o templo não poderá ser reconstruído, mesmo que não coloquem uma cruz no topo.
Para lidar com a crescente multidão, as autoridades locais enviaram equipes da polícia de choque. Zheng conta que já foram mobilizados cerca de 5000 cristãos da região de Wenzhou, incluindo muitos membros das igrejas ilegais da região de Sanjiang.
Os policiais chegaram a fazer uma tentativa de invadir a igreja na madrugada de quarta-feira passada, mas como estavam em minoria, recuaram.
Na quinta-feira, o governo mudou de estratégia, emitindo uma nota afirmando que a igreja está condenada. “A estrutura apresenta problemas graves de segurança, vimos por este meio exigir, para a segurança das pessoas e de acordo com as leis e regulamentos da República da China, alertar que as instalações da Igreja Cristã Sanjiang sejam evacuadas”.
Cerca de 1.000 funcionários foram enviados ao local após a notificação emitida para começar a demolição.
Até o momento o impasse não foi resolvido e existem muitos crentes dormindo dentro do templo. O governo afirma que está trabalhando para resolver o impasse pacificamente.
Embora a Constituição da China reconheça a liberdade de religião, o governo cerceia a prática religiosa de várias maneiras, não raro agredindo e prendendo pastores e líderes.
Fonte: Gospel Prime
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