Programa de governo de Marina Silva promete “superar fundamentalismo religioso no Congresso” e causa polêmica por defender direitos dos homossexuais
A candidata à presidência Marina Silva (PSB) lançou recentemente o seu programa de governou, ao lado se seu candidato à vice Beto Albuquerque (PSB). Sendo constantemente acusada de estar atrelada à bancada evangélica do Congresso, por ser também evangélica, a candidata afirma em seu plano de governo que pretende “superar o fundamentalismo incrustado no Legislativo e nos diversos aparelhos estatais, que condenam o processo de reconhecimento dos direitos LGBT e interferem nele”.
O programa de governo de Marina Silva foi lançado nessa sexta feira e abordou temas polêmicos e sensível ao eleitorado evangélico, como a defesa ao casamento gay igualitário no país. Outro ponto polêmico presente no programa é o apoio à aprovação do PLC 122/06.
Com 242 páginas, o programa de governo de Marina está dividido em seis eixos principais. Em seu trecho mais polêmico, em que trata sobre Cidadania, o documento detalha propostas de combate ao preconceito contra o segmento LGBT.
- Ainda que tenhamos dificuldade para admitir, vivemos em uma sociedade que tem muita dificuldade de lidar com as diferenças de visão de mundo, de forma de viver e de escolhas feitas em cada área da vida. Essa dificuldade chega a assumir formas agressivas e sem amparo em qualquer princípio que remeta a relações pacíficas, democráticas e fraternas entre as pessoas – diz o documento.
Porém, poucas horas após a publicação do programa de governo, Marina Silva publicou uma nota de esclarecimento, afirmando que havia tido uma “falha de editoração” no documento divulgado pela internet.
Defesa ao casamento gay
A versão inicial do documento divulgado pela equipe de campanha de Marina Silva afirmava, entre outras coisas, o compromisso da candidata em “apoiar propostas em defesa do casamento igualitário, com vistas para à aprovação dos projetos de lei e da emenda constitucional em tramitação, que garantem o direito ao casamento igualitário na Constituição Civil”.
O documento defendia também a criação de um material didático “destinado a conscientizar sobre a diversidade de orientação sexual e às novas formações de família”.
Tendo a defesa do casamento gay como principal ponto de polêmica, o programa de governo de Marina Silva motivou uma série de discussões sobre suas posições políticas e religiosas.
Mudanças no programa
Menos de 24 horas após a publicação do documento no qual defendia o casamento gay, Marina Silva publicou uma nota afirmando que o documento divulgado estava incorreto e que trazia informações erradas por uma “falha processual na editoração”.
- Em razão de falha processual na editoração, a versão do Programa de Governo divulgada pela internet até então e a que consta em alguns exemplares impressos distribuídos aos veículos de comunicação incorporou uma redação do referido capítulo que não contempla a mediação entre os diversos pensamentos que se dispuseram a contribuir para sua formulação e os posicionamentos de Eduardo Campos e Marina Silva a respeito da definição de políticas para a população LGBT – afirmou a candidata na nota.
Na nova versão do documento, vários pontos sensíveis foram modificados, como a redação que defende o casamento igualitário para pessoas do mesmo sexo, que foi substituída pela promessa de que seu governo irá “garantir os direitos oriundos da união civil entre pessoas do mesmo sexo”.
Foram retirados também do documento os trechos que defendiam a criação de material didático para educar crianças sobre “novas formações de família”, e a promessa de apoio à aprovação da polêmica PLC 122/06.
Veja o “antes e depois” do trecho do documento sobre direitos LGBT:
Fonte: Gospel +
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