Pesquisa mostra que as pessoas querem mais religião na política

Pesquisa mostra que as pessoas querem mais religião na política
Pesquisa mostra que as pessoas querem mais religião na política
Nos Estados Unidos, muitos pastores dedicaram o último domingo para falar de política nos púlpitos. O país não está passando por um processo eleitoral, mas há sete anos existe essa espécie de tradição chamada “Pulpit Freedom Sunday”. Pela lei americana, isso poderia deixar as igrejas em apuros, por causa das isenções de impostos.
Mesmo assim, cerca de 1800 igrejas espalhadas pelo país oficialmente aderiram ao movimento este ano. Entre os assuntos mais comentados estavam o casamento gay e o aborto. Para os pastores, essas e outras questões são importantes demais para serem ignoradas.
Uma pesquisa recente do Instituto Pew mostra que um número crescente de cidadãos reconhece que a religião deveria desempenhar um papel mais importante na política. Segundo os dados divulgados este ano, quase três quartos da população (72%) acredita que a influência da religião está em declínio na vida pública. Este é o nível mais alto nos últimos 10 anos, segundos as pesquisas do Pew.
“Uma porção crescente do público quer ver a religião desempenhando um papel de destaque na política americana”, escrevem os autores do estudo. Isso não significa apenas ver pastores ou líderes defendendo um candidato abertamente. O índice aumentou 8 pontos percentuais desde 2010.
Este ano, cerca de metade dos entrevistados disse que igrejas e outras instituições religiosas devem expressar abertamente suas opiniões sobre questões sociais e políticas. Um aumento de 6% desde 2010. Curiosamente, 63% respondeu negativamente quando questionado se as igrejas deveriam lançar ou endossar candidatos a cargos públicos.
As conclusões deste estudo contradizem o que a mídia normalmente divulga sobre a tendência de separar-se a vida social e política da religiosa. Até mesmo especialistas dizem estar surpresos. Seth Dowland, um professor de história religiosa na Universidade Luterana do Pacífico, no estado de Washington, acredita que isso pode estar ligado à falta de clareza do presidente Barack Obama sobre questões religiosas.
Uma comparação com o ex-presidente George W. Bush, mostra uma grande mudança de perfil. Enquanto Bush seguia a tradição dos presidentes em mostrar como sua fé era parte importante de sua identidade pública, Obama não o fez.
“Obama não enfatizou as raízes cristãs do país, como Bush fazia”, disse Dowland. “Como resultado, os cidadãos percebem que temos menos religião na vida pública”. Para o estudioso, os evangélicos são os que mais se ressentem “de uma época em que os cristãos tinham o controle moral da sociedade, algo que agora sentem ter perdido”.
Durante anos, aborto foi a questão que mais incomodou os cristãos, mas hoje apenas 3 dos 50 Estados americanos possuem leis que coíbem de alguma maneira a prática. Em 30 Estados americanos o casamento gay foi legalizado. Em muitos deles, após plebiscitos onde a população votou favorável. Um movimento que cresceu muito durante o governo Obama. O mesmo vale para a legalização da maconha, um movimento crescente que já obteve vitória em 13 Estados e leis que permitem o uso medicinal estão sendo discutidas em vários outros.
Para muitos pastores, falar de política no púlpito deveria envolver uma série de outros assuntos, como a dívida nacional, a corrupção, porte de armas para os cidadãos e o apoio a Israel.
A Aliança em Defensa da Liberdade reúne pastores e líderes cristãos interessados em discutir política a partir dos púlpitos. De acordo com seu porta-voz, Nick Bouknight, a cada ano o número de igrejas associadas aumenta.
Por outro lado, Barry Lynn, diretor da organização sem fins lucrativos Americanos Unidos pela Separação entre Igreja e Estado, faz campanha por um Estado 100% laico e exige que as igrejas que falarem sobre política ou indicarem candidatos sejam punidas. Ele propõe o fim da isenção fiscal para os que insistirem.
Em entrevista à CNN, o pastor Jim Garlow, da Igreja Skyline, na Califórnia, que conta com mais de dois mil membros, afirma não “pregar sobre política”, mas que esta é uma questão presente em toda a Bíblia. Para ele não existe constrangimento em falar do assunto no púlpito.
Embora não defenda um partido ou ideologia, procura mostrar aos fieis quais leis (ou propostas de leis) que contradizem os ensinamentos bíblicos. “Eu não falo sobre questões políticas. Abordo questões bíblicas, morais e teológicas”, disse ele. “O que importa não são minhas opiniões, mas sim as de Deus”.
Fonte: Gospel Prime

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