Al-Qaeda não comandou ataque de Benghazi, diz investigação do 'NYT'


Site do jornal The New York Times com a matéria sobre o ataque a Benghazi no canto superior esquerdo. (Foto: Reprodução/Site The New York Times)
A organização terrorista Al-Qaeda não comandou o ataque contra o consulado americano na cidade de Benghazi, na Líbia, em setembro de 2012, de acordo com uma investigação do jornal norte-americano 'The New York Times'. No ataque, morreram o embaixador dos Estados Unidos na Líbia, Christopher Stevens, e outros três americanos.
O jornal publicou neste sábado (28) um extenso artigo sob o título: "Uma mistura mortal em Benghazi", no qual sustenta que nem a Al-Qaeda nem nenhum outro grupo terrorista internacional planejaram o mortífero ataque.
"Meses de investigações feitas pelo 'The New York Times', centradas em extensas entrevistas com líbios em Benghazi que tiveram conhecimento direto do ataque e de seu contexto não proporcionaram evidências de que a Al-Qaeda ou outros grupos terroristas internacionais tenham desempenhado algum papel no ataque", escreve o autor da reportagem.
Segundo o periódico, "o ataque foi realizado por combatentes que tinham se beneficiado diretamente do apoio logístico e do extenso poder aéreo da Otan durante a rebelião contra o coronel (Muammar) Kadafi".
 Embaixador norte-americano na Líbia, Christopher Stevens, sorri em sua casa em Trípoli, em junho. Stevens e três outros funcionários da embaixada foram mortos quando deixavam às pressas o prédio do consulado norte-americano em Benghazi (Foto: Reuters/Esam Al-Fetori)
E, acrescenta, "ao contrário do que alegam alguns membros do Congresso, (o ataque) foi alimentado em grande medida pela ira contra um vídeo produzido nos EUA que denegria o Islã".
O ataque contra o consulado de Benghazi em setembro de 2012 gerou uma notável polêmica política nos EUA, depois que legisladores republicanos culparam o Governo de ter tentado esconder, por razões eleitorais, a natureza terrorista do fato.
O atentado aconteceu, além disso, em plena campanha para as eleições presidenciais de novembro de 2012, nas quais o presidente americano, Barack Obama, concorria com um expediente irrepreensível na luta contra a Al-Qaeda, com um sucesso tão grande como a localização e morte do líder da organização terrorista, Osama bin Laden.Os fatos aconteceram em 11 de setembro, aniversário dos atentados contra as Torres Gêmeas de Nova York e o Pentágono, o que parecia corroborar a suspeita de que a Al-Qaeda estivesse por trás.
A oposição republicana acusou o Governo de esconder a verdade e obrigou o comparecimento ao Congresso da então secretária de Estado, Hillary Clinton, para que explicasse o sucedido e desse conta de como seu departamento trabalhou com a informação.
A investigação do "Times" aprovaria a tese defendida desde o princípio pela administração democrata de que o fato foi o resultado de um protesto espontânea que acabou tragicamente.
O congressista republicano por Nova York Peter King, ex-presidente do Comitê permanente de inteligência da Câmara dos Representantes, declarou à 'Fox News' que o artigo do 'Times' é '"enganoso", porque assinala como figura central no ataque um excêntrico guerrilheiro, identificado como Ahmed Abu Jattala.
Um dos aliados de Jattala seria o líder da milícia Ansar al Sharia, da qual existem mais do que suspeitas que é uma afiliada da Al-Qaeda.
Segundo o congressista, afirmar que a Ansar al Sharia e não a Al-Qaeda pôde ter a ver com o ataque é "enganoso" e "uma distinção sem diferença".
Fonte: G1

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