‘Igreja foi cúmplice de abusos sexuais na Europa’, assume papa

Imagem: Divulgação
O líder máximo da Igreja Católica surpreendeu o mundo no início desta semana ao admitir pela primeira vez que a instituição de 1,2 bilhão de seguidores foi cúmplice de padres pedófilos. Diante de seis vítimas de abusos sexuais cometidos por clérigos — duas da Irlanda, duas do Reino Unido e duas da Alemanha, papa Francisco celebrou uma missa privada, durante a qual fez o mea-culpa e implorou por perdão.

Pouco depois, manteve uma reunião individual de cerca de 30 minutos com cada uma das vítimas, três homens e três mulheres, na Casa Santa Marta, a residência pontifícia no Vaticano. A Santa Sé não divulgou os nomes dos participantes do encontro nem o teor das conversas. “Há tempos sinto no coração uma profunda dor, um sofrimento tanto tempo oculto, tanto tempo dissimulado com uma cumplicidade que não tem explicação”, declarou Francisco em sua homilia.
O papa comparou os abusos de crianças a um “culto sacrílego” e assegurou que a Igreja deseja “chorar” pelos crimes. “A infância é um tesouro. (…) Hoje, o coração da Igreja mira os olhos de Jesus nesses meninos e meninas e quer chorar. Pede a graça de chorar ante os atos execráveis de abusos perpetrados contra menores”, desabafou Francisco. O santo padre prometeu punição aos padres violadores sexuais e garantiu que “não há lugar” na Igreja para eles. “Eu me comprometo a não tolerar o dano infligido a um menor”, disse. Segundo ele, todos os bispos renderão contas da responsabilidade de proteger as crianças. O pontífice também lamentou que famílias de vítimas tenham sofrido a “terrível tragédia” do suicídio de um ente querido. “As mortes desses filhos tão amados de Deus pesam no coração e na consciência minha e de toda a Igreja”, comentou.
Quem carrega na pele e na alma os traumas da violência sexual não disfarça o ceticismo ante a postura de Francisco. Morador de Gelsenkirchen — 517km a sudoeste de Berlim, o alemão Wilfried Fesselmann, 46 anos, precisou de anos de psicoterapia para amenizar os ataques de pânico. Ele conta que, aos 11 anos, foi forçado a fazer sexo oral no reverendo Peter Hullermann. “Os casos de abuso não são pecados, mas ações criminosas. Francisco quer mudar alguma coisa, isso não é o bastante. Os papas Bento XVI e João Paulo II estiveram envolvidos (nos escândalos). O significado do encontro de hoje (ontem) foi que vítimas foram convidadas e tiveram um dia bom, mas não creio numa mudança de ação da Igreja”, afirmou ao Correio, por e-mail. Em maio de 2010, Wilfried escreveu duas cartas a Bento XVI, detalhando os abusos que sofreu e mostrando interesse em se reunir com ele. “Não tive resposta.”
Fonte: Verdade Gospel 

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