Líbia prende 4 na investigação sobre ataque a consulado dos EUA
Autoridades líbias prenderam quatro pessoas como parte da investigação sobre o ataque ao consulado dos Estados Unidos em Benghazi, no qual foi morto o embaixador norte-americanos e três funcionários do país, informou o vice-ministro do Interior nesta quinta-feira (13).
"Quatro homens estão sob custódia e estamos os interrogando porque eles são suspeitos de ajudar a instigar os eventos no consulado dos EUA", disse Wanis Sharif. Ele não deu mais detalhes sobre os suspeitos.
Mais cedo, as autoridades haviam anunciado a criação de uma comissão para investigar o ataque.
Para o governo, a rede terrorista da Al-Qaeda e partidários do ex-ditador Muammar Kadhafi poderiam estar envolvidos.
O ataque, terça-feira à noite, dia do 11º aniversário dos atentados de 11 de setembro, provocou uma onda de condenações internacionais, especialmente nos Estados Unidos, onde o presidente Barack Obama pediu a colaboração de Trípoli para deter e levar à justiça os autores do ataque.
Quase um ano depois da queda do regime de Muammar Kadhafi, o ataque evidencia mais uma vez a incapacidade das autoridades líbias de garantir a segurança no país, onde as milícias armadas impõem a lei.
O porta-voz da Alta Comissão de Segurança do ministério do Interior, Abdelmonem al-Horr, informou que uma "comissão independente" foi criada para investigar o ataque.
A comissão será presidida por um juiz e reunirá a especialistas dos ministérios da Justiça e Interior.
O porta-voz destacou que a investigação é "muito complicada", pois a multidão presente no perímetro do consultado "não era homogênea".
"Havia extremistas, simples cidadãos, mulheres, crianças, criminosos", disse.
Inicialmente atribuído a manifestantes irritados com o polêmico filme divulgado na internet "Inocência dos Muçulmanos", considerado ofensivo ao islã, o ataque seria na verdade o resultado de uma operação coordenada, segundo uma fonte americana.
De acordo com a fonte da inteligência, extremistas utilizaram manifestantes que protestavam contra o filme como "pretexto" para atacar o consulado com armas de pequeno calibre, mas também com lança-foguetes.
Nesta quinta-feira, o polêmico vídeo provocou confrontos diante da embaixada dos Estados Unidos no Cairo. No Iêmen, manifestantes atacaram a embaixada em Sanaa, antes de serem expulsos pela polícia. Uma pessoa morreu.
O presidente Obama ligou para as autoridades líbias e egípcias para coordenar uma cooperação após o ataque, que ele chamou de "ultrajante".
O presidente do Congresso Nacional Geral líbio, Mohamed al-Megaryef, pediu desculpas aos Estados Unidos e apontou os partidários do regime derruado de Muamar Kadhafi e a Al-Qaeda como culpados pelo ataque.
A Marinha americana enviou dois destróieres às costas líbias, como "medida preventiva".
Apesar da tensão, na quarta-feira a Assembleia Nacional líbia elegeu o vice-premiê Mustafah Abu Shagur como chefe de Governo de transição. Sua principal missão será organizar um exército e uma polícia profissionais para enfrentar a escalada da violência.
Fonte: G1
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