Província no Paquistão proíbe lançamento de livro de Malala

Malala virou símbolo internacional na luta pela educação universal (Foto: Russell Cheyne/Reuters)
Malala virou símbolo internacional na luta pela
educação universal (Foto: Russell Cheyne/Reuters)
O lançamento do livro da ativista pela educação Malala Yousafzai em uma universidade no Paquistão foi cancelado devido à pressão do governo da província onde aconteceria, segundo informaram os organizadores e oficiais de polícia nesta terça-feira (28).
Malala, hoje com 16 anos, sobreviveu a uma tentativa de assassinato cometida em 2012 pelo Talibã, que proíbe meninas de frequentarem escolas, e por isso se tornou um exemplo mundial na luta de jovens pela educação.
O evento para lançar seu livro de memória "Eu sou Malala", na Universidade de Peshawar, foi cancelado porque a polícia se recusou a fornecer segurança, informaram os organizadores à AFP.
Não estava previsto o comparecimento da autora.
"Nós fomos obrigados a cancelar. Fomos pressionado por ministros da província e pelo vice-reitor da universidade" disse Sarfaraz Khan, diretor do centro de estudos onde aconteceria o evento.
"Quando eu me recusei a cumprir essa ordem ilegal, a polícia se negou a fornecer segurança", explicou.
Peshawar é a capital da província de Khyber Pakhtunkhwa, no noroeste do país, palco de uma sangrenta insurgência islâmica no Paquistão.
Mas o presidente do partido no poder na província (PTI), o ex-jogador de críquete Imran Khan, criticou o cancelamento na sua conta no Twitter.O ministro da Informação da província, Shah Farman, confirmou que a administração dificultou a cerimônia, alegando à AFP que o local não era adequado para o lançamento e que os organizadores estavam usando o evento como uma maneira de ganhar dinheiro dos Estados Unidos.
"Não consigo entender por que o lançamento do livro de Malala foi cancelado. O PTI defende a liberdade de expressão e de debate."
Khadim Hussain, chefe da Bacha Khan Education, uma organização de caridade que apoiava o lançamento, disse que a pressão pelo cancelamento foi para satisfazer os militantes religiosos.
"Eles nos impediram para agradar o Talibã. Nós anunciaremos em breve uma nova data para o lançamento do livro", Hussain explicou à AFP.
Um oficial da polícia, que pediu anonimato, disse que se eles permitissem a cerimônia estariam atraindo ataques do Talibã no futuro.
A obra descreve a vida de Malala sob o controle brutal do Talibã no início dos anos 2000, e dá a pista de sua ambição de entrar na política paquistanesa.
Apesar de ter recebido uma reação positiva ao redor do mundo, o livro dividiu opiniões no Paquistão: algumas escolas particulares baniram o livro porque ele conteria "conteúdo antipaquistanês e anti-islâmico".
Fonte: G1

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